Em campanha contra racismo, jogadores negros do Fortaleza usam camisa com "alvo".
Ação faz parte de reivindicação por mudanças na lei do esporte em relação à injúria racial.
Na noite desta quarta-feira (2), Fortaleza e Corinthians se enfrentam na Arena Castelão na abertura da 24ª rodada da Série A do Brasileiro. A ação "Alvos do Racismo", promovida pelo Tricolor do Pici, está de olho no combate ao racismo. Os jogadores negros do time, como Bergson e David, entraram em campo com um alvo no lugar das tradicionais listras do Leão. O clamor é pelo fim da discriminação racial.
A luta é contra a discriminação dentro e fora dos campos. Pela lei do esporte, a injúria racial, quando praticada pelos torcedores, não é enquadrada como crime de racismo. A campanha, além de estimular as discussões e combate à violência racial, busca reivindicar que essas situações sejam enquadradas nas leis.
- Clube de futebol tem uma função social importante porque tem um poder enorme de comunicação, de fazer a mensagem chegar no grande público, que tem a atenção em como o clube fala e se posiciona. A temática do racismo é algo que sempre teve sua relevância, mas, de forma mais recente, diante dos últimos acontecimentos no Brasil e em outros países, tem tomado uma proporção muito grande e é necessário que a gente se posicione. Não basta não ser racista, tem que ser antirracista, tem que combater qualquer tipo de discriminação de cor - pontua Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.
- O Fortaleza tem uma história de luta, de se posicionar e de abranger todas as cores. Tivemos ídolos, jogadores, treinadores, negros, brancos, sem qualquer distinção, sempre foram abraçados pelo clube. Então entendemos a importância de se posicionar com essa ação que foi projetada.
Números preocupantes
A ação foi criada e desenvolvida pela HavasPlus. De acordo com o último
relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, as
ocorrências de injúria racial dentro do universo do futebol em 2019
cresceram 27,2%, se comparadas com 2018. Ainda no passado, em
levantamento do ge, quase 50% dos técnicos e atletas negros das Séries
A, B e C do Brasileirão já declararam terem sido vítimas de racismo na
carreira.
Fonte: globoesporte.globo.com
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